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sábado, 24 de março de 2012

Especialista da ONU teme que direito a água seja retirado da pauta da Rio+20


22 de março de 2012 · Notícias

 
No Dia Mundial da Água, funcionários da ONU pediram que os Estados reafirmem o direito de acesso a água e saneamento básico para todos e se engajem na luta pelo uso sustentável e pela preservação do recurso hídrico e no combate à seca e à fome. O tema de celebração do Dia este ano é água e segurança alimentar – um bilhão de pessoas no mundo sofrem de fome e 800 milhões não têm acesso à água potável. “Devíamos celebrar o Dia Mundial  com progresso, e não discutindo semântica e certamente sem retroceder nestas questões”, disse a Relatora Especial da ONU para Água e Saneamento, Catarina de Albuquerque.
Albuquerque afirmou que alguns países não devem voltar atrás em sua decisão de tornar real este direito universal. Ela apelou para que se discuta a questão do acesso a água durante a Conferência Sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), prevista para ocorrer em junho no Rio de Janeiro. “Alguns Estados, incluindo Canadá e o Reino Unido, estão aparentemente propondo a retirada de uma referência explícita do direito à água e saneamento para todos do primeiro rascunho do documento final da Rio+20.”
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, enfatizou que a garantia de alimentação e água para todos depende do total engajamento dos países. “Serão necessárias políticas que promovam o direito a água, capacidade regulatória fortalecida e igualdade de gênero, assim como desenvolvimento rural.” Conselheiro Técnico do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD), Rudolph Cleveringa, enfatizou a mensagem de Ban dizendo que “terra e água não podem ser tratadas como questões separadas. Para reduzir a pobreza em áreas rurais, precisamos focar nas questões da água para saúde e agricultura”.
Para celebrar o Dia, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) está realizando uma série de eventos em sua sede, em Roma, na Itália, que incluem discussões sobre aperfeiçoamento da gestão da água, redução do desperdício de água e comida, além de construção de comunidades resilientes às mudanças climáticas.

domingo, 18 de março de 2012

Rio+20 - Conferência mundial sobre desenvolvimento sustentável

Daqui a três meses seremos a sede da Rio+20. Uma pergunta vem insistentemente nos incomodar, o que estamos fazendo para melhorar a qualidade de vida de todos, tais como oferecer educação de qualidade, emprego, um bom atendimento médico nos hospitais públicos, moradia decente, tratamento de esgoto, reciclagem do lixo etc.?
Pouco se fez ou se está fazendo em cada um destes quesitos.
A educação continua  precária desde a educação infantil.
Os hospitais públicos não estão suportando a demanda. Faltam médicos, enfermeiros etc e o pior: condições inadequadas, para pacientes e corpo clínico para um bom atendimento.
O sonho de uma casa própria para as pessoas de baixa renda continua longe. Tem pessoas morando próximas a lixões, em condições precárias, sem direito a água potável, a tratamento de esgoto, convivendo com moscas, mosquitos, ratos, ficando, dessa maneira, expostas a toda sorte de doenças.
E como sempre o lixo tem se tornado um problema de difícil solução para todas as cidades, que não conseguem ter uma coleta seletiva adequada. E consequentemente a reciclagem de todo material que poderia ser reaproveitado.
Por não termos uma reciclagem de lixo desejada, o aterro sanitário de Gramacho está sobrecarregado, pois todos os tipos de lixos são despejados lá. 
Isto ocorre porque a coleta seletiva é feita apenas em 41 dos 160 bairros na cidade do Rio de Janeiro.
"Das três usinas de separação de lixo, que custaram aos cofres públicos R$ 79 milhões, uma foi desativada, outra funciona com um terço de sua capacidade e a terceira opera precariamente"- Jornal O Globo, 18 mar 2012.
A conferência Rio+20 é sobre o desenvolvimento sustentável. Como iremos sediar uma conferência deste porte com este tema, se nossa lição de casa não está sendo feita. Que modelo de sustentabilidade iremos mostrar, se não somos capazes de, pelo menos, implantar a coleta seletiva em nossa própria cidade?